quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Uma conversa sobre Sala de Recursos

Nas reuniões de quinta os professores têm questionado com certa insistência a necessidade de um atendimento diferenciado aos alunos, concentrado em grupos menores, interessado em desenvolver habilidades e potencialidades que o contexto da sala de aula normalmente limita, e em diálogo com o trabalho das turmas.

Diferentemente das demais escolas do município, o Caic conta com o auxílio de profissionais do Serviço Social e da Psicologia (a Fernanda e a Liliane), que atuam em parceria com os professores. Temos constatado, no entanto, que apesar dos esforços e das tentativas bem sucedidas, muitas situações conflitantes permanecem sem respostas.

A adoção da proposta das Salas de Recursos, implantada em diversas escolas de Rio Grande, surge nas discussões do grupo como possibilidade, para ser articulada aos outros espaços de projetos recém conquistados - o apoio pedagógico e os laboratórios de informática e de Comunicação e Expressão.

O funcionamento de uma inciativa não exclui nem invalida o de outra: enriquece a aprendizagem e expressa a vontade docente de qualificar o ensino, numa busca por alternativas coerentes com a identidade da escola, justamente quando os índices negativos adquirem pesos tão difíceis de carregar.

O trabalho desenvolvido em Sala de Recurso foi o assunto da reunião dessa quinta-feira. A professora Alice (que por acaso é minha mãe...) e a equipe diretora da E.M.E.F. Admar Corrêa participaram do nosso encontro de formação continuada relatando a experiência do trabalho que vem sendo feito por lá desde 2003. O encontro dessa tarde foi a segunda ação realizada na escola para atender a sugestão do grupo docente do Caic de estender o Projeto Compartilhar a escolas "amigas".

A conversa de hoje serviu para conhecer uma proposta diferente, um olhar diferente, um jeito de fazer, que pelo visto tem dado certo. Foi uma oportunidade excelente de desmanchar alguns preconceitos, de mudar de posição por instantes e pensar o Caic a partir de outro lugar/olhar.

Uma Sala de Recursos do Caic vai ter, obviamente, a cara do Caic, um nome do gosto do Caic, um proceder de Caic, assim como a do Admar Corrêa tem feição própria, porque há tempos vem alargando a proposta da secretaria de educação para abraçar a comunidade que abrange.

No projeto com as alfabetizadoras, a Vanise, ex-coordenadora do Caic, recentemente nos lembrou de perceber as presenças em vez das ausências. Ouvir as colegas do Admar Corrêa parece remeter exatamente a isso: o trabalho da sala de recursos contribui para a (re)estruturação dos sujeitos a partir da valorização das presenças, do que reconhecem como seu, em direção ao preenchimento das ausências, sem perder de vista as diferenças. Insistir no direito a ser diferente é sempre sinal de acolhida. A nossa conversa me fez acreditar que esse pensamento as escolas amigas compartilham.

*E bora caminhar, gente, que para quem tem sonhos e desejo o impossível não passa de figura de linguagem! É um privilégio fazer parte de um grupo tão comprometido e assim tão disponível ao diálogo. Todo dia aprendo com os nossos papos. Sou grata. :)

Um comentário:

Belanir Ramos disse...

Esse é um assunto importante para refletirmos para a nossa escola.